Anatomia do Microscópio: Introdução PARTE 2

Por volta do início de 1600, através de trabalhos atribuídos aos irmãos Janssen (ver o microscópio na Figura 4) na Holanda e a Galileu na Itália, o microscópio composto foi desenvolvido.Na sua forma mais simples, consistia em duas lentes convexas alinhadas em série: um objeto de vidro (objetiva) mais próximo do objeto ou espécime;e uma ocular (ocular) mais próxima do olho do observador (com meios de ajustar a posição da amostra e das lentes do microscópio).O microscópio composto atinge uma ampliação em dois estágios.A objetiva projeta uma imagem ampliada no tubo do corpo do microscópio e a ocular amplia ainda mais a imagem projetada pela objetiva.

Os microscópios compostos desenvolvidos durante os séculos XVII e XVIII foram prejudicados pela aberração óptica (cromática e esférica), uma falha que é agravada pelo uso de múltiplas lentes.Esses microscópios eram, na verdade, inferiores aos microscópios de lente única da época por causa desses artefatos.As imagens que produziam eram muitas vezes desfocadas e tinham halos coloridos associados a aberrações cromáticas que não só degradam a qualidade da imagem, mas também prejudicam a resolução.Em meados de 1700, os fabricantes de lentes descobriram que, combinando duas lentes feitas de vidro com diferentes dispersões de cores, grande parte da aberração cromática poderia ser reduzida ou eliminada.Esta descoberta foi utilizada pela primeira vez em telescópios, que possuem lentes muito maiores que os microscópios.Somente no início de 1800 é que as lentes corrigidas cromaticamente se tornaram comuns em microscópios compostos.

Os séculos XVIII e XIX testemunharam uma grande melhoria na qualidade mecânica e óptica dos microscópios compostos.Os avanços nas máquinas-ferramentas permitiram a fabricação de peças mais sofisticadas e, em meados de 1800, o latão era a liga preferida para a produção de microscópios de alta qualidade.Vários fabricantes de microscópios britânicos e alemães floresceram durante este período.Seus microscópios variaram amplamente em design e qualidade de produção, mas os princípios gerais que definem suas propriedades ópticas permaneceram relativamente constantes.O microscópio ilustrado na Figura 5 foi fabricado por Hugh Powell e Peter Lealand por volta de 1850. A base do tripé forneceu um suporte robusto para o microscópio, que muitas pessoas consideram o mais avançado de seu período.

No final do século XIX, existia um elevado grau de concorrência entre os fabricantes de microscópios e os custos de desenvolvimento e produção de microscópios tornaram-se um factor importante.O latão, o material preferido dos fabricantes de microscópios, é muito caro e era uma tarefa demorada usinar, polir e envernizar corpos de microscópios e outras peças usinadas a partir desse metal.Para reduzir despesas, os fabricantes de microscópios começaram primeiro a pintar a parte externa do corpo e do suporte do microscópio, bem como a platina e outras partes fixas.

Durante o primeiro quartel do século 20, muitos fabricantes de microscópios começaram a substituir o latão pelo ferro fundido nas estruturas e estágios dos microscópios.O ferro era muito mais barato e não se distinguia do latão quando pintado de preto.Eles também começaram a galvanizar muitos dos componentes críticos de latão, como botões, barris de objetiva, porta-objetivas, oculares e conjuntos mecânicos de platina (ilustrados na Figura 6).Esses microscópios do início do século 20 ainda seguiam um motivo de design comum.Eles eram monoculares com um espelho de subestágio que era usado com uma lâmpada externa para iluminar o espécime.Um microscópio típico da época é o microscópio do Laboratório Zeiss retratado na Figura 6. Esse tipo de microscópio é muito funcional e muitos ainda estão em uso hoje.